quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Problema Urbano de Santana

Para onde ir? Para onde crescer? Como abrigar tanta gente?
Essas perguntas não são nada fáceis de responder, ainda mais se forem relacionadas ao Município de Santana - AP, segundo maior município do estado em número de habitantes. Segundo o IBGE, o Município de Santana tem hoje cerca de 101.203 habitantes e uma área de 1.580 km². Para se ter idéia, o Município de Macapá, nossa capital, tem uma densidade demográfica de 61,1 hab/km², menor que a do Município de Santana que é de 64,5 hab/km². O Problema de Santana é muito parecido com o problema de Macapá, pois ambos estão permeados por pequenos canais que se interligam formando uma rede de drenagem natural. Além dos canais, a cidade de Santana também está sobre uma área que é considerada uma bacia de sedimentação, que são áreas mais baixas que se estendem ao longo do rio Amazonas, tornando estes ambientes bastantes peculiares, formado por florestas de várzea e campos inundáveis, este último popularmente conhecido como áreas de ressacas. Estas áreas de ressaca são protegidas por lei como área de proteção ambiental, não podendo ser alterada.
Durante a década de 90, o estado do Amapá foi um dos estados com maior crescimento populacional , causado, principalmente, pela criação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana, que atraiu centenas de pessoas oriundas principalmente das ilhas do Pará, Pará, Maranhão, Ceará, entre outros estados. Estas pessoas chegaram ao estado com a ilusão de que teriam emprego fácil, pois confundiram Área de Livre Comércio com Zona Franca, onde uma prevê a circulação de mercadorias, facilitando o comércio, e a outra que é típica de Manaus, prevê um pólo de desenvolvimento industrial e agropecuário, o que ocasionou um processo de crescimento urbano desordenado e sem planejamento, onde o poder público não estava preparado para receber tantas pessoas, que procuraram se assentar nos espaços desocupados, neste caso as ressacas.
O Município de Santana é totalmente limitado em relação ao seu espaço físico, além de estar cercada por áreas de ressaca, as áreas mais altas são ocupadas pelo comércio local e por áreas residenciais de pessoas com maior poder aquisitivo. Para se ter uma idéia do que estou falando, vou enumerar algumas áreas baixas ocupadas em Santana. Na parte sul de Santana podemos citar: a baixada do Ambrósio, o bairro Hospitalidade, na sua maior parte e o bairro dos Remédios II. Ao leste os bairros Provedor I e II, Brasília II e o Distrito da Fortaleza. Ao oeste existe uma grande área de várzea que é o bairro do Elesbão, No norte temos as baixadas dos bairros Paraíso, Brasília e Fonte Nova. Percebe-se que existe poucas áreas que não são úmidas . Analisando mais profundamente, verificamos que grande parte da zona oeste de Santana, que poderia se ocupada pertence a empresas privadas que explorão o cavaco de eucalipto e a exportação de minério. Grande parte ao longo da Ferrovia também está sendo ocupada, formando novos bairros , como o Jardim de Deus I e II. Resta apenas a ocupação ao longo da rodovia Duca Serra, já que a leste Santana limita-se com o Igarapé da Fortaleza, porém, os terrenos ao longo da rodovia são todos privados e limita-se até o Distrito do Coração, que pertence a Macapá. Indo em Direção ao Pólo Industrial chegaremos até o rio Matapí. Em resumo , as áreas de possíveis expansões do Município de Santana estão muito longe da área de desenvolvimento urbano, restando somente as áreas rurais. Santana sofre com o inchaço populacional e o crescimento desordenado, que leva a várias consequências sociais danosas. O planejamento urbano do município deve ser repensado e analisado,temos pessos capacitadas para fazer estudos técnicos que viabilizem o desenvolvimento urbano de forma ordenada e que traga aos minícipes o bem estar merecido de um povo que paga todos os seus impostos e que amam o local onde moram.

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